Líderes precisam desenvolver uma compreensão clara de pessoas, suas forças e fraquezas, e o que as motiva a trabalharem juntas para atingirem os objetivos da empresa
Por Brigette Hyacinth
Líderes são inúteis sem seguidores que estejam dispostos a aceitarem sua liderança. Em particular, eles precisam de um grupo de indivíduos dispostos a aprender com eles enquanto líderes e ajudar na realização dos objetivos. São necessárias grandes lideranças para construir grandes equipes. Isso é necessário em qualquer negócio. No entanto, é mais fácil falar do que fazer. Pesquisas apontam que 60% das equipes de trabalho são falhas. Não é preciso muito esforço para gerenciar máquinas, mas com pessoas é diferente. Não se aperta um botão para que alguém simplesmente siga as instruções. Liderar pessoas é uma atividade que traz consigo vários desafios, já que elas têm diferentes mentalidades, valores e crenças. Esperar que as pessoas apenas façam algo não é uma expectativa realista. Mesmo os melhores gestores têm dificuldade em conseguir a cooperação de todos. Líderes precisam desenvolver uma compreensão clara de pessoas, suas forças e fraquezas, e o que as motiva a trabalharem juntas para atingirem os objetivos da empresa.
Em uma pesquisa realizada pela minha organização, ainda em andamento, eu propus 10 tipos de indivíduos que constituem as equipes. Se você, aleatoriamente, organizar indivíduos em sua organização e estruturá-los em equipes para trabalhar em um projeto, são esses 10 tipos que, na realidade, você terá.
1. O líder da equipe
O iniciador. Ele começa as coisas. Se você não indicar alguém, eles automaticamente assumem a dianteira. Eles têm espírito de liderança e atuam como gestores. São facilitadores, deixam claros os objetivos e metas, ajudando a atribuir atividades e responsabilidades entre o grupo. Eles têm uma capacidade única de se relacionar com os outros. São extremamente perceptivos e podem gerenciar relacionamentos internos e externos. São colaboradores influentes e mediadores. O líder da equipe consegue se comunicar efetivamente com membros da equipe através da boa escuta e da comunicação verbal e não-verbal. Ele aguenta o tranco e você pode sossegar com ele à frente. No entanto, isso não pode ser uma desculpa para adotar um estilo de liderança laissez faire, já que você é o maior responsável pelos resultados. Verifique o andamento do trabalho com o líder regularmente para garantir que o grupo está indo na direção correta. Sim, o líder da equipe é independente e confiável, mas mesmo assim, precisa ser lembrado de que você é a autoridade. Já vi casos onde o papel de relacionamento do líder sobe à cabeça e ele tenta minar a influência dos gestores, o que fica evidente em reuniões e eventos. É uma boa ideia rotacionar a liderança da equipe regularmente, ou dentro de um espaço de tempo estabelecido. Independente de os líderes terem ou não habilidades observáveis, a rotatividade na liderança é um ótimo método para desenvolver habilidades de liderança em outros membros da equipe.
2. O jogador
Eles atuam como conselheiros da equipe, têm vontade de ajudar e são muito diplomáticos. Jogadores espalham positividade pelo escritório. Eles colocam a companhia e seus colegas à frente de si mesmos e trabalham para garantir que a equipe permaneça unida. Eles buscam o consenso. Eles são de fácil abordagem, responsivos e conscientes das forças e fraquezas de todos na equipe. Esses indivíduos são atenciosos e proveem suporte aos membros da equipe ao animá-los: “sim, eu acho que é um bom argumento”; “ajudou bastante”. Os membros da equipe os veem como confiáveis e eles não se envolvem em fofocas. Eles se preocupam com relacionamentos interpessoais no grupo e trabalham duro para manter um bom clima social. Todos podem contar com eles. Eles mantêm a equipe unida, relaxam tensões e promovem harmonia. O jogador é generoso com seu tempo e não tem medo de se desgastar para ajudar um membro da equipe que está com problemas. São bons em persuadir os outros a pular no barco. Eles são voluntariosos e se oferecem para serem mentores dos novos membros. Podem ser bons líderes, mas não necessariamente grandes, já que eles se preocupam com o que os outros pensam deles. Tipicamente não querem ser o chefe. Não pense que eles podem fazer tudo, embora estejam sempre prontos e dispostos. Tente não exigir muito deles, porque eles não sabem dizer ‘não’. Mantenha a motivação deles sempre alta.
3. O proficiente
São excelentes no que fazem e são bem informados. Aprendem continuamente e se mantêm a par do que acontece no ambiente. Eles proveem a liderança com atualizações críticas. Se você está indo a uma reunião e precisa verificar algumas informações, procure por eles. O proficiente cria soluções inovadoras. Não apenas pensam fora da caixa, eles pensam no que originou a caixa, porque está posicionada naquele lugar e como o design poderia ser melhorado. Eles recomendam boas ideias e rejeitam as más. Eles podem fazer os demais integrantes da equipe se sentirem menos inteligentes, portanto diga-lhes para não rejeitar as ideias individuais dos outros para que ele não seja visto como um babaca ou acabe reduzindo o feedback.
4. O conquistador
Eles só se preocupam em terminar as coisas e apreciar desafios. São focados em resultados e ação. Eles são criativos e têm ideias brilhantes. Frequentemente têm estratégias para melhorar um processo ou aumentar a eficiência da equipe. São orientados a tarefas e pressionam a equipe a aumentar os padrões de performance e usar seus recursos de maneira sábia. Esses indivíduos desenvolvem um plano de execução baseado nos objetivos da companhia. Se a equipe está num passo lento, eles ficam ansiosos por conta dos prazos e metas. Eles querem que a equipe tenha bom desempenho porque sabem que a performance da equipe pode beneficiar ou prejudicar sua própria performance. Eles se voluntariam a encontrar certas informações e dar à equipe a direção e força corretos. Conquistadores têm bastante energia e podem ser zelosos demais – por isso, é bom que você explique que a empresa precisa de todos os fatos antes de precipitar uma decisão. São naturalmente automotivados, portanto tenha em mente a progressão de carreira deles e dê mais responsabilidade, incluindo metas mais ambiciosas. São talentosos, entusiasmados e confiantes. Uma vez que não existam mais oportunidades para crescimento e desenvolvimento, eles vão planejar uma saída estratégica e, eventualmente, deixar a organização. Esses indivíduos, junto com os aprendizes, apresentam a maior taxa de turnover na empresa.
5. O corpo-mole
Esses indivíduos não têm grande peso nos resultados e estão sempre distraindo a equipe. Eles têm a maior taxa de absenteísmo e a pior pontualidade. Você não pode depender deles. Se você confia a eles uma tarefa, eles vão se atrasar para a apresentação ou dizer que esqueceram. Têm sempre uma desculpa para tudo e gostam de recomendar outros. Adote uma atitude assertiva ao negociar com eles. Discuta o alinhamento entre os objetivos organizacionais e suas próprias aspirações de carreira. Estabeleça metas com prazos e monitore o progresso. Una responsabilidade com aspirações de carreira. Torne-os responsáveis pelos resultados da equipe. Como resultado de uma má performance, após cada oportunidade que foi dada para que eles melhorassem, é provável que eles sejam convidados a deixar a organização.
6. O militante
Eles desafiam verdades. Estão sempre mostrando os porquês de algo não ser realizável ou não funcionar. São úteis para prevenir consensos, já que avaliam criticamente e analisam propostas, ideias e contribuições dos outros da equipe. Eles cavam fundo e são relutantes em aceitar as coisas de cara. No entanto, causam atrasos nas reuniões porque exigem explicações. Você sempre terá de justificar por que um certo curso de ação está sendo tomado. Eles são francos e fazem com que suas vozes sejam ouvidas. Você precisa compreender as razões por trás do seu comportamento. Alguns são genuinamente interessados em chegar aos fatos e querem que o grupo pense criticamente, enquanto outros apenas gostam de criticar. Encará-los é como ir a uma batalha. Eles têm satisfação em encontrar erros. Você precisa se preparar mentalmente. Não confronte. Responda, mas não reaja. Eles são inflexíveis e argumentativos, e isso pode causar atritos no grupo.
7. O veterano
São aqueles que estão na organização há um longo tempo e sabem das coisas. Sempre falam para os outros sobre o seu território na empresa e o que funciona ou não funciona. Eles dão vários exemplos tirados da história da organização. Alguns são jogadores, enquanto outros se tornaram desmotivados e desengajados, reduzindo-se ao papel de espectadores, apenas observando tudo de fora. Sua filosofia é “estive lá, fiz aquilo, não leva a lugar nenhum”. Eles podem não se importar em contribuir tanto quanto em estar constantemente observando vacâncias internas ou promoções. Não os atire embaixo do ônibus. Faça com que eles se sintam apreciados e dê a eles o respeito que querem e merecem. Eles trabalharam uma vida inteira pela empresa. Alguns dos aprendizes não eram sequer nascidos quando eles começaram a trabalhar na organização. Eles ainda são um grande ativo. Nem todas as pessoas com grandes ideias têm diploma ou trabalham nas posições mais glamourosas, mas tiram inspiração de experiências reais de mundo, o que pode ser bem mais valioso do que um colaborador com diploma e zero experiência. Um líder sábio irá alavancar a experiência deles e recomendar aprendizado contínuo. Aprender novos sistemas e processos pode ser difícil para os veteranos, que podem preferir se apegar a métodos ultrapassados a abraçar a mudança e inovação. Dê suporte e oportunidades para que eles atualizem suas habilidades.
8. O aprendiz
São inexperientes. Alguns podem ter que passar um bom tempo no banco até que absorvam tudo e possam entrar na correnteza. Outros são ansiosos por indicarem suas qualificações acadêmicas e dar uma nova perspectiva. Na maior parte do tempo, eles vão concordar com as sugestões, porque não querem ser vistos como causadores de problemas. Dê treinamento, coaching e mentoria. É mais fácil fazê-los se adequar à cultura organizacional nesse estágio inicial da carreira. Trabalhe mais próximo a eles à medida em que forem impressionáveis. Você não quer que militantes e desmotivados veteranos influenciem negativamente a perspectiva dos aprendizes sobre construir um futuro na organização.
9. O sabe-tudo
Eles acham necessário compartilhar todas as opiniões. Eles se veem como pessoas de referência. Se existe um problema, eles têm a solução; se existe uma pergunta, eles têm a resposta. Falam demais e interrompem os outros. Eles são egoístas, tendem a monopolizar conversas e negligenciam as opiniões dos outros. Eles sempre querem intervir para corrigir alguém. Infelizmente, isso força os outros membros da equipe a ficarem quietos, mesmo que eles tenham o que acreditem ser uma boa ideia. A equipe secretamente vê o sabe-tudo como alguém irritante. Boa parte de suas contribuições não têm relevância. Eles vão conduzir a todos em círculos para chegarem ao mesmo ponto. A maior parte da equipe não está disposta a confrontá-los porque é impossível vencer uma discussão com eles. Sua crença de que não podem errar faz deles pouco receptivos a críticas construtivas. Líderes podem inscrevê-los em sessões de treinamento para técnicas de comunicação. Às vezes é necessário fazer com que eles percebam que esse comportamento está tendo um efeito negativo no restante da equipe. Infelizmente, eles podem perceber isso como um ataque pessoal motivado por inveja da liderança e da gerência.
10. O individualista
Esse tipo de colaborador é independente e confiante. Fica na dele e evita atividades em grupo. Se você organizar um evento fora do escritório, os individualistas não irão, a não ser de forma compulsória. A maior parte da equipe sabe muito pouco sobre eles. São quietos e reservados, mas muito observadores. Só dão feedback quando alguém pede – ou manda. Alguns individualistas são introvertidos e têm dificuldade em socializar no grupo, enquanto outros são simplesmente egoístas. Eles preferem trabalhar por conta própria. Isso pode acontecer por experiências pregressas negativas em grupos. Gradualmente, pressione-os a participar em atividades em equipe que ajude a construir confiança e alinhá-los a equipes onde colaboração é mandatória.
É importante observar que alguns tipos se sobrepõem e, às vezes, uma pessoa exerce mais de um papel. Encorage todos os membros da equipe a falar durante as reuniões. Não se incline a apenas uma pessoa ou à voz mais alta. Faça com que todos se envolvam. Diferentes tipos de personalidade se comunicam de diferentes maneiras. Aprenda como as pessoas gostam de contribuir e foque nas suas forças. Veja quem prefere contribuir por trás dos panos e quem gosta de ficar no palco. Não subestime um membro da equipe que não é muito falante quando está no meio do grupo, mas que mais tarde procura você para falar separadamente.
Uma equipe forte começa com liderança efetiva. Conheça sua equipe e forme relacionamentos com ela. Aprenda mais sobre cada membro da equipe e o que os motiva. Quando você souber todas as habilidades dos membros, seus valores e crenças, você terá uma compreensão de como eles trabalham melhor e estará mais apto a gerenciar conflitos. Você é tão forte quanto sua equipe. Um trabalho em equipe eficaz reside no coração do sucesso da organização. Grandes líderes entendem que eles são tão bons quanto seu elo mais fraco. Então eles trabalham para construir uma equipe forte, eficiente e produtiva.
Fonte: Administradores
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