OMS aponta para riscos e desafios logísticos na resposta do Brasil à febre amarela

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Em novo informativo, a Organização Mundial da Saúde (OMS) diz que, com a decisão do Brasil de realizar uma campanha em massa de vacinação, espera-se uma efetiva limitação da transmissão da febre amarela.

Contudo, agência aponta para desafios logísticos e ressalta que o grande número de brasileiros não vacinados, vivendo em lugares favoráveis à transmissão da doença, representam um risco elevado para mudanças nos atuais padrões de transmissão.

A Organização Mundial da Saúde (OMS) divulgou nesta segunda-feira (22) um novo informativo sobre a situação da febre amarela no Brasil. O organismo espera que a decisão das autoridades brasileiras de realizar uma campanha de vacinação em massa contra a doença, incluindo doses padrão (0,5 ml) e fracionadas (0,1 ml), possa efetivamente limitar a transmissão da patologia.

É importante notar que, devido à sua escala e alcance, essa campanha de vacinação em massa provavelmente será caracterizada por desafios logísticos significativos, aponta a agência da ONU.

O comunicado diz que, embora as medidas implementadas pelas autoridades brasileiras tenham contribuído para a ocorrência de menos casos, a quantidade de pessoas ainda não vacinadas — e que continuam a viver em regiões de ecossistemas favoráveis à transmissão do vírus da febre amarela — representa um risco elevado para a mudança no atual padrão de transmissão.

Atualmente, o Brasil é afetado apenas pela febre amarela silvestre – transmitida pelos mosquitos Haemagogus e Sabethes. Até o momento, não há qualquer evidência de que o mosquito Aedes aegypti, presente em zonas urbanas, esteja envolvido na transmissão.

Ainda de acordo com o comunicado, o número de epizootias — mortes de macacos — registrado desde julho de 2017 no país continua a ser uma preocupação, especialmente perto das áreas urbanas das grandes cidades, como São Paulo, e em municípios que anteriormente não eram considerados áreas de risco de transmissão da doença.

O informativo menciona também que, em 11 de janeiro de 2018, um caso de febre amarela foi confirmado na Holanda em uma pessoa que esteve de 19 de dezembro de 2017 a 8 de janeiro deste ano nos municípios de Mairiporã e Atibaia, área onde o vírus causador da doença circula atualmente. O paciente, que não tinha histórico de vacinação, apresentou sintomas de febre alta, dor de cabeça, mialgia, náuseas, vômitos e diarreia.

Vacinação

O comunicado ressalta que a ocorrência recente desse caso, em um viajante não vacinado, revela a necessidade de os Estados-membros da OMS reforçarem a divulgação de recomendações para viajantes internacionais.

Para a Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS), escritório regional da OMS, a medida mais importante para prevenir a febre amarela é a imunização. Quem vive ou se desloca para as áreas de risco deve estar com as vacinas em dia e se proteger de picadas de mosquitos. Apenas uma dose da vacina é suficiente para garantir imunidade e proteção ao longo da vida. Efeitos secundários graves são extremamente raros.

Os viajantes com contraindicações para a vacina da febre amarela — crianças com menos de nove meses de idade, mulheres grávidas ou amamentando, pessoas com hipersensibilidade grave à proteína do ovo e imunodeficiência grave — ou com mais de 60 anos devem consultar um profissional de saúde para avaliação cuidadosa de risco-benefício. A OMS recomenda também procurar assistência à saúde em caso de sintomas e sinais de febre amarela, durante a viagem e após o retorno de áreas com risco de transmissão da doença.

Doses fracionadas

O Brasil anunciou que vai realizar, entre 25 de janeiro e março deste ano, uma campanha de fracionamento da vacina contra a febre amarela em três estados: Bahia, Rio de Janeiro e São Paulo. Essa medida é recomendada pela OPAS e OMS como uma das estratégias de imunização que podem ser usadas em resposta a necessidades eventuais de campanhas de larga escala.

O fracionamento não tem a intenção de servir como estratégia de longo prazo nem de substituir as rotinas estabelecidas nas práticas de imunização. Saiba mais clicando aqui.

 

Fonte: Nações Unidas

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