Aliar a saúde ocupacional com a lucratividade e produtividade, parece ser impossível para a área de recursos humanos (RH) de uma empresa. Mas será que dá para inserir uma gestão de saúde em um contexto para chegar a isso? E como seria essa ligação?
Afinal, o RH é responsável por gerir o ativo mais importante da corporação, ou seja, os colaboradores. Além disso, ainda enfrenta grandes desafios todos os dias, como, por exemplo, o absenteísmo.
Há, claro, algumas maneiras de se conseguir driblar essa situação. Uma delas é aliar esse setor vital e essencial a algo igualmente importante: uma boa gestão da saúde ocupacional.
Você, gestor, pode ir além e transformar essa realidade. Com as ferramentas certas, utilizando dados, inteligência e tomando decisões assertivas, é possível fazer diferente. Colher os melhores resultados para tornar a sua área verdadeiramente estratégica. Ou seja, se tornar um RH que gera lucros.
Dê uma olhada em alguns passos para realizar isso.
Indicadores de sucesso de um RH que gera lucro
Você sabia que existe, comprovadamente, ligação direta entre a capacidade da área de recursos humanos e o desempenho da organização?
É comum que as corporações neguem, mas estudos publicados recentemente por consultorias de peso, como Boston Consulting Group (BCG), Towers Watson e EY, comprovam: se a área de RH não tem um bom desempenho, o negócio corre risco de ter prejuízos. Mas, do contrário, se a área vai bem, os negócios vão bem.
A BCG chegou à conclusão após analisar a diferença entre as cem melhores e cem piores empresas em desempenho financeiro. O estudo demostrou que corporações com rentabilidade maior não precisavam de nenhuma ação emergencial no setor de RH. Enquanto isso, asempresas com pior desempenho em RH também apresentavam um cenário com pior receita.
Entre os tópicos de RH avaliados existe engajamento dos funcionários, ambiente, cultura, comunicação, gestão de desempenho e estratégia de recrutamento.
Além disso, aparece, também, um outro indicador importante. Empresas classificadas como bons lugares para se trabalhar têm uma rentabilidade 37% superior em relação às que ficaram fora da lista.
Filipe Fonoff, consultor da FIA (Fundação Instituto de Administração, órgão de apoio institucional do departamento de administração da FEA-USP), e responsável pelos relatórios de benchmarking das Melhores Empresas para Você Trabalhar, explica.
“Nas organizações com melhores rendimentos, o RH é eficiente. Atende mais colaboradores por funcionário da área, tem mais capacidade de retenção de talentos e mantém baixa rotatividade”, disse, em entrevista à revista “Exame”.
Adote estratégias além da saúde ocupacional
Quer saber como empresas tidas como melhores lugares para se trabalhar alcançam excelentes resultados em RH e geram lucro?
O segredo está no fato de que elas estão dando cada vez mais atenção à qualidade de vida e ao bem-estar no ambiente de trabalho. Existem alguns gatilhos para isso, mas talvez o principal seja mostrar preocupação com a saúde dessas pessoas.
Veja bem, não apenas a saúde ocupacional, algo essencial no dia a dia, mas, também, ao tempo em que o funcionário ou colaborador passa fora da empresa. Afinal, o bem-estar de todos está relacionado a esse pacote, de estar bem em casa e no trabalho,
Entre as companhias exemplo nesse aspecto, algumas das mais frequentemente citadas em pesquisas são Google, LinkedIn, Twitter, Facebook, Intel, IBM, startups do Vale do Silício (na Costa Oeste dos Estados Unidos), BlackRock, banco Goldman Sachs, varejista Target, empresa de alimentos General Mills e 3M.
Todas têm em comum uma mentalidade jovem e uma gestão de preocupação com a felicidade dos funcionários, o que faz com que sua imagem no mercado seja boa. E, assim, atraia mais pessoas interessadas em fazer parte de suas equipes.
Quem não conhece alguém que já não tenha dito que gostaria de trabalhar nesses lugares? Ou em lugares como esses? A saúde ocupacional tem um papel importante na hora de se fazer essa avaliação.
Invista em saúde ocupacional e qualidade de vida
Alguns dos motivos que levam essas corporações de sucesso a investir nesses aspectos são:
- Retorno garantido em produtividade
- Mais motivação e satisfação dos colaboradores
- Melhoria do clima organizacional
- Redução dos custos com afastamentos e absenteísmo
O gerente de manufatura da 3M, José Cristiano Campagnoli, citou alguns dos benefícios.
“Além de melhorar a criatividade, a concentração e o foco, passei a prestar mais atenção nos outros e a ouvir as opiniões sem julgar de forma precipitada. Isso torna a pessoa mais responsiva do que reativa e a faz tomar melhores decisões. Inclusive na vida pessoal”, analisou, também à “Exame”.
Segundo Keila Cristiuma, diretora da empresa Sempre Materna, uma das participantes do 12º Congresso Brasileiro de Qualidade de Vida, pesquisas comprovam que, quando as organizações adotam programas de qualidade de vida voltada aos colaboradores e seus familiares, alguns benefícios são alcançados.
- Funcionários faltam aproximadamente 22% menos
- Há um aumento em 38% na motivação para exercer as atividades
- Há redução de estresse em 40%
Entender que saúde ocupacional traz ótimos resultados é o primeiro e um dos mais importantes passos para levá-la a outro nível. Isso tudo, claro, caminhando lado a lado ao controle e à gestão da saúde em geral dos colaboradores.
Colha os resultados
Lembre-se sempre: o funcionário é um dos maiores ativos da sua companhia. É ele um dos responsáveis por elevar o padrão de qualidade e produzir a mão de obra que você precisa.
Fonte: Rh Health