O gestor de RH é o responsável pelos funcionários dentro das empresas, e ele deve investir em saúde e segurança para seus colaboradores, assim promoverá o bem-estar na sua equipe, reduzindo os riscos e aumentando a proteção contra lesões ou doenças resultantes da atividade profissional.
Em todo o mundo, a cada 15 segundos um trabalhador morre de acidentes ou doenças relacionadas com o trabalho e 115 sofrem um acidente laboral, segundo dados da Organização Internacional do Trabalho (OIT). O Brasil está em quarto lugar no ranking mundial de acidentes de trabalho fatais, fazendo com que 90% dos recursos do INSS sejam consumidos pelo pagamento dos benefícios previdenciários e acidentários para os segurados e dependentes. A importância do tema econômica e socialmente fez com que a OIT instituísse o dia 28 de abril como o Dia Mundial da Segurança e da Saúde no Trabalho, em memória às vítimas de acidentes e doenças relacionadas ao trabalho.
No Brasil, nos últimos dez anos ocorreram algumas mudanças na legislação relacionada à segurança do trabalho, que buscaram fortalecer a cultura para prevenção de doenças e acidentes ocupacionais. A legislação em vigor é a que fala sobre tarifação coletiva, a Lei nº 8.213, de 24 de julho de 1991, que foi posteriormente regulamentada pelo Decreto nº 2172, de 6 de março de 1997 (Plano de Benefícios da Previdência Social). Na nova legislação, além da responsabilidade pelas medidas de proteção e segurança do trabalho, a empresa também contribuirá com a complementação financeira por acidentes de trabalho, que denominamos SAT (Seguro Acidente de Trabalho).
Temos também a forma de tarifação individual, Lei nº 10.666, de 8 de maio de 2003, Art. 10, que fala do FAP (Fator Acidentário Previdenciário), que é a alíquota de contribuição (1%, 2% ou 3%), para financiar o benefício relacionado à aposentadoria especial ou consequentes da razão de incidência de incapacidade laborativa causada pelos riscos ambientais, e que poderá ser reduzida (até 50%) ou aumentada (até 100%), a depender do desempenho da empresa em relação a sua atividade econômica.
Através desta nova metodologia em relação aos benefícios acidentários, será considerada além da CAT (Comunicado de Acidente de Trabalho), a possibilidade de nexos pra identificação do acidente, através do NTP/T (Nexo Técnico Profissional ou do Trabalho), o NTEP (Nexo Técnico Epidemiológico Previdenciário) e o NTDEAT (Nexo Técnico por Doença Equiparada a Acidente de Trabalho).
Desta forma, através das atualizações e informações fornecidas pelo Ministério do Trabalho e Previdência Social, temos uma análise que serve de base para a elaboração de novas políticas e investimentos em ações preventivas relacionadas à segurança e saúde no trabalho.
Na visão da AGSSO, as organizações vêm percebendo cada vez mais a importância de práticas éticas envolvendo os trabalhadores, através da promoção da saúde e segurança. A percepção ampliada de que a adoção destes novos princípios gera menos custos com saúde e contribui para outros fatores como a diminuição da rotatividade, maior produtividade e eficiência fez com que houvesse um aumento na adesão e conscientização na formação de ambientes de trabalho mais saudáveis. Isso gerou menos afastamentos e incapacidades para o trabalho, aumentando assim as taxas de retenção de funcionários.
Micelli destaca ainda que é importante ressaltar que nesta evolução de conceitos sobre a segurança e saúde do trabalhador, além da importância do ambiente físico de trabalho, houve a inclusão dos fatores psicossociais e das práticas de saúde individual, utilizando-se cada vez mais a metodologia de usar o ambiente de trabalho como espaço para atividades preventivas, evitando, desta forma, doenças e acidentes relacionados ao trabalho.
Para toda esta mobilização, as empresas têm enfrentado alguns desafios, como envolver o trabalhador no processo, reestruturar cargos dos indivíduos ou grupos para atender às necessidades do trabalhador e reduzir as diferenças tanto de valores quanto de status. Também são de grande importância as melhorias no ambiente de trabalho (físicas e sociais).
“A área de RH das empresas tem papel fundamental e efetivo no desenvolvimento de melhorias culturais que enriquecem a qualidade de vida e produtividade no trabalho. Elas também contribuem de diversas formas para a prevenção e promoção de SST”, aponta.
Visão e desafios em SST
“A segurança no trabalho está sempre em primeiro lugar”, afirma Guilherme Padrão, coordenador de recursos humanos das áreas de manufatura e supply chain da Fiat Chrysler Automoblies (FCA) para a América Latina, destacando que a empresa foi uma das primeiras organizações do setor a ter seu Sistema de Gestão de Saúde e Segurança no Trabalho certificado de acordo com a norma OHSAS 18001.
O executivo explica que, desde 2011, essa conquista só foi possível a partir do envolvimento de colaboradores e lideranças que desenvolvem boas práticas de saúde e segurança no trabalho, associadas às campanhas contínuas de conscientização. “Esse envolvimento acontece com 100% dos empregados, que passam por um treinamento amplo que aborda, entre outros conteúdos, o engajamento de todos nas boas práticas de segurança e saúde no trabalho, como o uso correto e constante dos EPIs”, reforça.
No olhar analítico do RH, nas práticas realizadas na empresa são desenvolvidas duas ações primordiais: a melhoria contínua das condições dos ambientes de trabalho e os programas de prevenção e promoção da saúde. O alicerce dessas ações tem sido o envolvimento contínuo dos empregados, atuando preventivamente durante a realização de suas atividades e, ainda, buscando constantemente o conhecimento para melhor aplicação das medidas preventivas e proativas, sempre com o apoio da área de Segurança do Trabalho e Saúde Ocupacional.
De acordo com Moacyr de Melo Júnior, gerente de recursos humanos, uma gestão eficaz do serviço de saúde e segurança do trabalho é um dos principais fatores do êxito duradouro de qualquer empresa. As boas práticas realizadas na organização visam não apenas resguardar a integridade física, como também promover a qualidade de vida aos seus colaboradores. Com isso, afirma-se o pensamento de que o benefício é importante tanto para o empregado quanto para o empregador. Então, investir em saúde e segurança significa gerar o bem-estar entre os colaboradores, reduzindo os riscos e aumentando a proteção contra lesões ou doenças resultantes da atividade profissional.
Pensando na saúde do trabalhador como um todo, e não apenas como medidas ocupacionais, a empresa desenvolve diversas campanhas, como vacinação contra o tétano, vacinação contra a gripe influenza, dosagens de colesterol e glicose, controle da hipertensão, prevenção do câncer de colo do útero, prevenção do câncer de próstata, palestras com médicos especialistas, campanha antitabagismo, campanha contra a verminose, combate ao alcoolismo e palestras para prevenção de DSTs. Também são realizadas avaliações e controle das causas de absenteísmo, associados com análise de queixas em consultas médicas. Foram criadas ainda atividades como programa de ginástica laboral, rodízio de função e estudo ergonômico de cada atividade.
Na Sanofi, o principal desafio em relação às questões de segurança e saúde é garantir o engajamento dos colaboradores e colocá-los a par da responsabilidade do RH com os temas saúde e segurança, para que eles também os percebam com a mesma prioridade. Para isso, são oferecidos variados programas para proporcionar uma melhor qualidade de vida de seus colaboradores. Além disso, são utilizados diversos canais de comunicação, tais como: comunicação interna, sessões de integração, sensibilizações, treinamentos presenciais e em formato de e-learning, entre outros.
Fonte: Mundo RH
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