Para muitas pessoas a ergonomia está relacionada apenas aquelas atividades realizadas em frente ao computador, sendo muitas vezes confundida apenas com a preocupação diante da postura adotada na realização de tarefas.
No entanto, a realidade é que a ergonomia não está presente apenas no setor industrial, construção civil, agrícola e prestação de serviços, mas também nas diversas ações e atividades que realizamos em nosso dia a dia.
Logo é possível afirmar, sem medo de errar, que a ergonomia é sim para todos e pode ser aplicada tanto nos contextos organizacionais quanto na vida pessoal de cada indivíduo.
Entenda a amplitude da ergonomia na atividade humana
Quase toda a atividade que realizamos que exija algum tipo de esforço físico pode representar um risco a nossa saúde, mesmo que em longo prazo, quando não é observado a forma correta da execução de qualquer tarefa.
É comum, por exemplo, nos depararmos com pessoas reclamando de dores nas costas ocasionados pelo levantamento de cargas, que podem ser caixas, móveis, entre outras, realizadas de forma incorreta, ou seja, que não respeitou a postura e forma de execução adequada, ou com peso excessivo.
Esse exemplo de uma atividade que ocorre no âmbito pessoal é apenas um, mas outras situações poderiam ser facilmente citadas, como os recorrentes desconfortos ocasionado pelo uso excessivo dos celulares sem se atentar com cuidados com a postura e principalmente ao tempo de recuperação adequada ou pausas de recuperação.
Se nessas simples atividades cotidianas já é possível identificar a necessidade de adotar as posturas, pausas e práticas ergonômicas de forma a prevenir desconforto e até mesmo fadiga, de modo a melhorar o bem estar, o que dirá naquelas relacionadas à prática laboral.
Não à toa a NR17, que regulamenta a ergonomia, normatiza a obrigatoriedade em realizar uma Análise Ergonômica do Trabalho – AET independente do ramo de atividade em que a empresa está inserida, visando assim garantir a saúde e segurança no trabalho e promover a qualidade de vida do trabalhador.
Além disso, qualquer organização que busca aprimorar um maior engajamento e motivação de seus colaboradores deve se preocupar com a organização do trabalho em sua totalidade, otimizando processos e fornecendo condições que sejam adequadas aos aspectos psicofisiológicos.
É inegável, porém que enquanto algumas atividades como as de uma indústria química, os maiores riscos aos quais os trabalhadores estão expostos sejam químicos e em outras os principais fatores podem ser os relacionados com riscos de ordem biomecânica, por exemplo.
Essa conclusão, no entanto, não significa que apenas nos segundos casos a ergonomia da atividade deva ser aplicada, pelo contrário.
No exemplo acima embora o principal risco esteja associado aos produtos químicos manipulados naquele local, uma sala de controle mal planejada, pode, por exemplo, causar problemas de ordem cognitiva complexa. Da mesma forma que relações hierárquicas comprometidas e metas inatingíveis ou pagamento individual por produtividade, podem estar relacionados com estresse ocupacional, chegando a ocasionar até afastamentos.
Logo nada mais natural que uma ciência que busca enxergar o trabalho e seus efeitos sobre o homem em sua totalidade tenha aplicações tão abrangentes sendo que os benefícios de suas aplicações podem ser colhidos pelos trabalhadores, mas também as organizações, impactando em seus resultados obtidos.
Fonte: Omar Alexandre Ferreira- Ergotriade