O que fazer quando o colaborador fica afastado ao trabalho por transtornos mentais?

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Um problema recorrente do RH é o de funcionários que se afastam do trabalho por transtornos psiquiátricos, e que pelo desconhecimento comum do gestor, é mal conduzido e, quase sempre, traz dificuldades para a empresa e o RH, agravado, muitas vezes, pela falta de orientação da empresa de medicina do trabalho.

Com a mudança tecnológica que vivemos, a mudança da forma como trabalhamos, o acúmulo de informações e como nos relacionamos com os problemas do dia a dia, vimos uma alteração dos tipos de doenças que mais causam afastamentos do trabalho.

Baseado nessa nova forma de encarar o mundo, a Previdência Social realizou um estudo para saber quais foram as doenças que mais causaram afastamento do trabalho, publicado em 2017, que demonstrou que os transtornos mentais e comportamentais foram a terceira causa de concessão de benefício por incapacidade laboral, totalizando cerca de 668.927 casos, sendo que destes, 92% não foram relacionados ao trabalho, ou seja, o trabalho não foi entendido como causa do desenvolvimento do transtorno psiquiátrico em 92% dos casos.

As ditas doenças modernas ou doenças do século XXI, classificação popular a qual contestamos, por dar a falsa impressão de que seriam doenças “novas”, como depressão, o transtorno bipolar, transtorno de estresse pós traumático e muitos outros categorizados pela Associação Americana de Psiquiatria, sob o título DSM – 5, publicado em 2013, estão se tornando frequentes nos ambulatórios de medicina do trabalho do país e, muito provavelmente, do mundo, o que pode dar a impressão de que o trabalho teria causa preponderante, e que é, ainda, um pouco precipitado, embora real em alguns casos.

Os transtornos psiquiátricos em sua maioria, possuem diversas causas, que vão desde os fatores genéticos, até os comportamentais, o que torna um verdadeiro desafio definir a origem da doença, em grande parte dos casos.

Independente da causa e da doença, para o RH resta saber o que fazer com o funcionário doente.

De certo afirmamos que o funcionário deverá ser encaminhado o quanto antes para o médico do trabalho da empresa, e assim, ter uma avaliação criteriosa, para definir se há condição de trabalho, assim como, definir uma estratégia para ajudar o trabalhador a se tratar, e reestabelecê-lo para voltar para suas atividades cotidianas com boa saúde física, mental e social.

Para isso, é importante que a empresa de medicina do trabalho e o médico do trabalho estejam em frequente contato com o paciente e com o RH para haver a melhor condução, diminuindo o estresse que a situação pode causar para as duas partes, sempre respeitando a ética médica e os ditames do Conselho Federal de Medicina (CFM), ou seja, respeitando o sigilo médico.

Pela dificuldade do diagnóstico e da causa dos transtornos psiquiátricos, os funcionários podem ser mal interpretados até pelo INSS, e que muito comumente, causa uma sequencia de negativas de concessão do benefício junto ao INSS, deixando o empregado no tal “limbo previdenciário”, situação muito estressante para o funcionário doente e para a empresa, e por isso, o contato estreito com o médico do trabalho é o que faz a diferença nesses casos.

Mais estudos precisam ser realizados sobre o tema, mas é certo que as empresas precisam se preocupar com a melhoria e mudança dos ambientes de trabalho e dos processos de trabalho, o que deve ser orientado pela empresa de medicina do trabalho.

 

Fonte: Health Work

 

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