Riscos químicos presentes na rotina do trabalhador

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Você sabia que alguns ambientes de trabalho podem conter até 900 agentes cancerígenos diferentes que causam riscos à saúde do trabalhador? É isso que afirma o Ministério da Saúde, que divulgou neste mês um estudo sobre como é possível reduzir o risco de adoecimento por câncer na rotina do trabalhador.

A pesquisa deu origem ao Atlas do Câncer Relacionado ao Trabalho no Brasil que trouxe dados muito impactantes sobre os riscos químicos aos quais os trabalhadores podem estar expostos diariamente. Segundo a publicação, evitar o contato com poeiras orgânicas, agrotóxicos, metais, solventes, produtos petroquímicos e radiação podem reduzir em até 37% os casos de alguns cânceres relacionados ao trabalho.

No atlas, estão relacionados os diversos agentes com alto potencial cancerígeno e que podem ser evitados com medidas preventivas, como o uso de Equipamentos de Proteção Coletiva (EPCs) e Equipamentos de Proteção Individual (EPIs).

Confira alguns dados importantes sobre o câncer no ambiente de trabalho:
– 18 tipos de cânceres podem estar relacionados à atividade diária dos trabalhadores;

– Os cânceres podem ser desenvolvidos devido ao “longo período de exposição” ou às”condições de risco” do ambiente de trabalho.

– 37% das mortes por leucemias poderiam ser evitadas sem a exposição aos agentes.

– 15% de mortes relacionadas ao câncer por tireoide, pulmão, brônquios e traqueia também poderiam ser evitadas.
Isso nos faz abrir os olhos em relação às ações de prevenção de riscos que precisam ser implantadas em todos os ambientes industriais para promover a saúde dos trabalhadores, não é mesmo?

Os riscos químicos

A Fundação Oswaldo Cruz define risco químico como “o perigo a que determinado indivíduo está exposto ao manipular produtos químicos que podem causar-lhe danos físicos ou prejudicar-lhe a saúde”.

Entre os danos físicos relacionados à exposição química estão: a irritação na pele e olhos, queimaduras leves, doenças respiratórias crônicas, do sistema nervoso, renais e hepáticas e até diversos tipos de cânceres, como citado anteriormente.

Estes riscos podem decorrer de situações como inalação de vapores, ingestão, contato com a pele e olhos e até casos de explosão. O fato de as substâncias químicas serem encontradas em diversos estados (líquido, sólido ou gasoso) dificulta ainda mais as medidas de prevenção e controle nas indústrias.

Quais os efeitos das substâncias químicas

As substâncias químicas podem causar efeitos no nosso organismo, como os que estão relacionados a seguir:
Asfixia: causada por gases (hidrogênio, nitrogênio, hélio, metano, acetileno, dióxido de carbono, monóxido de carbono). Alguns sintomas são comuns neste caso, como dor de cabeça, sonolência, enjoo, convulsões e coma, podendo levar à morte.

Irritação: alguns produtos como os ácidos clorídrico e a soda cáustica, podem causar irritação nas vias aéreas.

Anestesia: gases como acetona, benzeno, butano e outros podem atuar como depressores do sistema nervoso central.

Norma Regulamentadora 32

A NR-32 – “Segurança e saúde no trabalho em serviços de saúde” – estabelece quais são as práticas adequadas para o contato e a manipulação dos agentes químicos no ambiente de trabalho. Um dos pontos mais destacados é a importância de as indústrias prevenirem situações de risco e, quando necessário, produzirem a CAT (Comunicação de Acidente de Trabalho) a fim de adotarem práticas mais seguras para determinadas situações.

Como identificar os riscos químicos?

gestão de segurança do trabalho deve ser responsável por uma análise detalhada do ambiente laboral. Este mapeamento deve incluir todos os riscos químicos aos quais o colaborador está exposto.

A análise pode ser feita qualitativamente, que leva em consideração a relação entre dose e efeito no trabalhador, ou quantitativamente, em que são mensurados os riscos químicos e a quantidade de contaminação de cada produto.

Prevenção é sempre o melhor caminho

Com o mapeamento dos riscos, algumas ações preventivas precisam ser tomadas:
– Realizar o correto armazenamento das substâncias químicas;

– Garantir o uso de EPCs: cones, correntes e faixas de segurança; placas de sinalização; sirenes, alarmes e alertas luminosos; cadeados de bloqueio, barreiras contra luminosidade ou radiação e sistema de ventilação e exaustão para eliminar gases, vapores ou poeiras contaminantes;

– Exigir o uso de EPIs: máscaras, roupas especiais, óculos de proteção, luvas, respiradores, botas, entre outros;

– Oferecer a realização de exames regulares à toda equipe: é dever da empresa ter um médico responsável pelo acompanhamento dos trabalhadores, a fim de que se houver qualquer problema, ele será identificado precocemente e o tratamento seja realizado o quanto antes;

– Orientar os trabalhadores sobre como realizar corretamente o manuseio das substâncias e sobre o tempo limite que os funcionários podem ficar expostos à contaminação.

Com estas diretrizes você já pode garantir a implementação de medidas de proteção que visem à segurança e a saúde dos trabalhadores na sua indústria!

 Fonte: Saúde Ocupacional – João Marcio Tosmann

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